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Estreando: o nome de vocês. rsrsrsr

Fala Eustáquio! Deep Purple com Coverdale no vocal. Uma breguice danada! Adoro! E o Tommy Bolin aliviando na guitarra! Que play sensacional! Hard rock bemencaixado, com um groove de quebrar as cadeiras, som que meu pai, jovem, ouviria se tivesse um cabelão, e não houvesse nascido no Nordeste na época em que não existia internet. RISOS, Ana!

Para o marcio silva de almeida, de uma época em que o rock pesadão trazia essa carga de blues e de soul. Excetuando-se, claro, o PODEROSO Sabbath, que já havia se exorcizado dessas influências. Mas também o King Crimson, que explorou outras frequências e outras dimensões do som pesado. Sir Lord Baltimore… mas daí já é deixar de citar clássicos e apelar para os cults. Vocês estão ligados! Cada qual conhece pelo menos um desses! Riffs-e-raffs que nós gostamos. 

Come Taste the Band foi lançado em 1975, um ano antes de a história do heavy metal ser desfibrilada pela potência vocal de Rob Halford, e a guitarra-dupla maníaca dos Judas Priest em Victim of Changes.  Anos depois, Venom, Metallica, Slayer… estou me esquecendo de algum ponto nesta linha??? Me ajudem! Jimmy Hendrix há anos fritando já antes!

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Tommy Bolin. Belo.

Tempos de peso : Resenha: Venom – Welcome to Hell (1981)

Há quem chame VENOM de “old metal”. Se não for ofensivo, então exatamente o que o álbum “Welcome to Hell” representa. No ano de 1981, uma data em que os “grandes do hard rock” estavam estagnados, os britânicos do Venon chegaram usando spikes, jeans, pentagramas e dando voadora na porta,

Vejam só, os também ingleses Deep Purple já não lançavam nada desde 1975. Em 1980, o ídolo John Bonham já era falecido. O YES, EMERSON, LAKE AND PALMER, CAMEL e o prog em geral nem se fala: estavam na praia fazendo artesanato. Dessa leva, KNG CRIMSON foi a banda que se imunizou ao tempo, se bem sucedendo sob a liderança de Fripp pelas ondas da New Wave. Dá pra ver então como por volta de 1980 o rock britânico estava devidamente desaquecido. E falta ainda adicionar no cenário o choque e revolução que o punk causou no rock. Em 1976 os SEX PISTOLS já tinham lançado “Never Mind the Bollocks, Here’s The Sex Pistols”,  e os RAMONES seu primeiro álbum, auto-intitulado.

O Venom, e a leva da Segunda Onda de Heavy Metal Britânico eram uma resposta a tudo isso. E se os punks gritavam “Anarchy in UK”, o Venom gritava “I’m In League With Satan”. Não só isso. O vocalista Cronos gritava “Junte-se à legião de VENOM. Porque nós vamos ficar selvagens. Nós vamos destruir você. ” Venom traz com clareza e, em MUITO ALTO e bom tom, temas sobre satã, putaria, drogas e degradação.

“Wellcome to Hell” foi supostamente gravado em 3 dias, e lançado com uma produção bem abaixo dos níveis de qualidade impostos pelas grandes gravadoras, com som barulhento. Isso porque a banda não tinha dinheiro nenhum, e pensava que estava gravando músicas demo. No final das contas, as demo se transformaram no debut da banda.

As influências de Venom no metal extremo são evidentes: além da temática satânica e explicitamente degradada, ajudou a popularizar um visual bem distinto do que o rock estava fazendo na época (seus contemporâneos do Mercyful Fate popularizaram o corpse paint) pavimentando o território e inspirando as seguintes gerações de black, death e thrash metal.

Apresenta potência sonora inesgotável. Sem dúvida nenhuma fundou o gênero do Black Metal, e a prova disso é que a faixa número 4, de 56 segundos, compostas de atmosferas sonoras, serviu de nome para a banda norueguesa Mayhem.

Só de pensar que essa pepita aqui foi lançada 5 anos antes de Reign in Blood, outro puta álbum definidor de gêneros, já oferece outra visão da dimensão da importância do Venom. E quem duvida, vai ouvir. Mas cuidado: depois que você tá dentro do círculo, não tem volta, Venom deixa selvagem mesmo!