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Vídeo avulso da madrugada – Grito Suburbano (1982)

Compilação de punk rock feita por umas 3 das bandas mais bem estabelecidas na borbulhante cena punk paulista do começo da década de 80. A origem desse disco é a seguinte: a banda Olho Seco ia lançar um EP em ocasião de seu encerramento. Daí surgiu a ideia de fazer uma compilação junto com mais as bandas Inocentes e Cólera. Com a vaquinha conseguiram alugar um estúdio, com mesa de som em 8 canais. O resultado das 12 horas de tempo de estúdio alugo é um punk agressivo e revoltado.

Sobre os objetivos musicais do punk paulista, Os Replicantes deixam claro:

No mesmo ano, 1982, no Sesc Pompeia foi organizado um festival com 2 dias de música punk. A ideia desse festival era fundar um momento marco-zero em que as gangues de punk iriam parar de se enfrentar violentamente. Especialmente as tretas entre gangues de São Paulo e do ABC. Claro que durante o festival os punks começaram a se bater uns nos outros e a polícia foi chamada. O resultado: cacetetadas, punks descalços, e uma pilha de coturnos amontoada pelos policiais. Pra não voltarem descalços pra casa os punks pegaram qualquer par de sapato mesmo…

A gravação na minha opinião consegue registrar a urgência e podridão do punk.

Ao falar de subúrbios e pobres o punk devolveu ao rock o cunho político que há algum tempo estava perdido. Ao se contrapor ao rock progressivo o punk inaugurou uma nova estética, sem solos de guitarra, com músicas rápidas e aglomeradas em um disco só. O punk rock contrapôs um teatro de horror e protesto social à ostentação, ao prolongamento desnecessário e à complicação do rock. Uma onda sem a qual o rock não poderia continuar.

Jazz Fusion Volume 1

Vou contar uma historinha pra vocês. Era uma vez um rapaz chamado jazz. Ele era negro filho de um senhor chamado blues. Jazz nasceu em 1910, lá em Nova Orleans. Gostava de brincar com trompetes, bateria, piano, saxofone,violino e vários outros instrumentos.

Quando jazz era adolescente, ele conheceu vários amigos que mudaram suas personalidade,como Wes Montgmery, John Coltrane. Mas o rapaz que mais gostava de brincar com Jazz era Miles Davis, que tinha o trompete como diversão.

Davis era um rapaz muito criativo e influente a tal ponto que conseguiu mudar a personalidade do Jazz várias vezes, deixando-o muito diferente da educação e valores ensinados pelo senhor Blues.Jazz tornou-se meio hard bop e um pouco cool sob influência de Davis.

Entretanto, com lá para o final da década de 60 Jazz já tava ficando velho. Não conseguia mais surpreender as pessoas e arranjar amigos, precisava de mais vigor, mais eletricidade. E foi aí que o Jazz conheceu um adolescente o Rock, que tinha nascido ali na década de 50.

O Rock era rebelde, usava guitarras e baixos elétricos e teclados. Diziam que as pessoas do rock tomavam muitas drogas e que seus amigos chegavam a quebrar as guitarras no palco. Por isso ninguém levava o rock a sério, o rock precisava de status.

Então, um rapaz chamado Frank Zappa,que gostava de brincar com o rock, mas que já tinha trocado uns papinhos com o Jazz, chamou os dois para um barzinho chamado Hot Rats.

A partir daí, Jazz e Rock nunca foram os mesmos. Jazz ficou agressivo e Rock ficou mais sério : dizem que amigos do Rock começaram a usar violinos e trompetes para brincar. A partir de 1969, Jazz e Rock passaram a ser considerados juntos, com o nome de Jazz-rock ou Fusion.

Frank Zappa, garoto humilde, não levou o crédito pela amizade criada. Quem o levou foi Miles Davis, o pessoal é meio xiita quando se trata de Davis

Fusion fez diversos amigos durante a década de 70, como Chick Corea, Mahavishnu Orchestra, Herbie Hancock, e muitos outros menos conhecidos. Esse é um problema, o Fusion era bem complexo e tinha muita coisa para dizer, era difícil entender tudo que ele dizia, as pessoas tinham que ser muito bons ouvintes para gostar de Fusion.

Mas Fusion é um cara legal, meio eletrônico e viajante as vezes, meio rebuscado – personalidade difícil – mas que vale a pena manter contato.

Essa coletânea traz compositores fodas do Fusion, como Jean Luc-Ponty, Herbie Hancock e Chick Corea. Bom pra quem quer descobrir o fusion ou pra quem já conhece e quer buscar talentos, como no meu caso: paguei um pau pros solos de Larry Coryell (guitarra) e Mike Mainieri (vibrafone). Vou baixar mais coisas desses dois e se for bom posto aqui com alguma resenha descompromissada, igual você faz quando recomenda alguma coisa para alguém no msn “Ou champz isso aqui é foda, ouve aí”. Simples assim.

Download – Parte 1
Download – Parte 2

PS: Me lembrei do Slash , velhos. Tô pensando agora no que postar sobre ele, tipo, no sentido inovador das coisas. Opa! Acho que já sei o que postar.

Nunca vi ninguém usar para ser músico antes do Slash. Ponto pra ele!