A crueldade como mecanismo orgânico de reprodução da vida é universal

Atualmente só estão contentes com o mundo tal como ele é os insensíveis e egoístas – quem ignora a fome, as guerras e as convulsões que ocorrem nas nações e com indivíduos de todas as posições na vida.

Corporações e banqueiros investidores, buscando riqueza e lucro, agem sem cautela com a saúde, felicidade ou bem-estar daqueles que trabalham para eles ou compram seus produtos.
Consumidores em todos os lugares comprando e jogando fora materiais de uma maneira que nosso planeta é tratado não só como uma festa open-bar mas também como um cesto de lixo.

Olhares fugidios expressam não a benevolência de corações humanos – pureza imaculada que sequer algum dia existiu aqui, mas sim a treva de espíritos perdidos em círculos mundanos de mania.
Procuro e encontro nestes rostos senão a cobiça, a lascívia e o egoísmo acobertados pelo véu nublado da solidão, esta companheira íntima mas também tão inexplorada pelas almas caídas, que se estranham como seres sexuais subjugados pelo perpétuo vazio de uma existência sem propósito.

Sobre todas as grelhas de todas as churrasqueiras, em todas as celebrações e aniversários, a morte tem sabor arisco e aroma defumado.
Orifícios de prazer e necessidade são o canal e símbolo para a transubstanciação sodomita daquilo que tolos foram ensinados a chamar de amor.

Olho para cima, levanto minhas mãos aos céus e vejo senão na renúncia o caminho mais nobre para viver neste mundo material.

Embora postado agora, este texto existe como rascunho há pelo menos 8 meses. Está concluído, não a nada a alterar, mas hesitei em postar por não saber se concordo com o que está escrito. Fui eu quem o escrevi, fruto de uma meditação em uma tarde sombria. Posso dizer que fui eu quem o escreveu? Não sei.

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